terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Parte II, cap. 2, Portadores das luzes

        "Vós [Apóstolos] sois a luz do mundo."

                              Sagradas Escrituras
 
   Nos amamos. Como cada um escolhe, pode e colhe do criado e do que planta; com a entrega, doação e comunhão, como o amor a si mesmo.

    Sem Deus, nos amamos, de forma sublime e trágica, entre eu e ti, sempre houveram as muralhas invisíveis; entre nós, os momentos, as horas, e todos os labirintos; entre eu e ti, as imensas máquinas do mundo dos tempos mordernos e tão tenebrosos. Mas por amor tão ingênuo e tão inocente ao tão próximo, partilhamos as mais lindas coisas deste vale de lágrimas, entre dois olhares, dois pulsares. Porque aqui a flor fenece. O sorriso se abriu no rosto, alçou seu vôo, pousou em outro momento em outro rosto, que mudou um pouco, amou mais um pouco, gastou sangue, e reviveu, lapidando o brilho de sua alma. Mesmo que outro não veja isto, mesmo que isto seja aroma que feneça no futuro, quando se ouvir a própria respiração, o próprio pulsar da alma, ao lembrar deste vestígio de luz caridosa, se viverá a pergunta; e a resposta é tão forte, quero a verdadeira vida, quero somente o amor verdadeiro e gracioso, não vale a pena viver sem ele.

    Mas não fomos preparados para o amor esplendoroso da graça. Vestiram-nos todos de falsas ideias e suas imagens, nos deram e dão veneno e alimento quase que apenas para que nos roubem nossa luz espiritual, e para que quase nunca consigamos pagar nossas cartas de alforria, de alma e corpo, enquanto nos embriagam de brinquedos, passatempos e delícias torpes e miseráveis.

     Vestimos nossos corpos. Não nos damos conta, depois de dois mil anos, que não há diferença essencial entre a flor que se vê duma alma e da flor da alma que se vive. Um pouco da graça da flor fica nas mãos nuas. Um pouco da justa beleza permanece nos olhos. Um pouco da caridade fica para sempre dentro do peito. Esta Verdade, Bem e Beleza divinas perseveram.

    Somos hoje bombardeados por falsas e míseras felicidades embriagantes e esvaziadoras, de tantos romanticos amores ilusórios, de profusas idealizações e sonhos confusos, de tantos viveres... de escravos e sonâmbulos, cheios de informações e dados, mas que não se dão conta, de si, do outro e da realidade. Vive-se e gostam dos outros, se apaixonam, aparelham por costume, inércia, preguiça, medo. Cadáveres adiantados que procriam. Não sejamos estes, mas os que os despertam, depois de sair da caverna, do pântano, das trevas em pleno dia: do abismo.

Todavia, o Império que É, sustenta o universo, os astros e as luzes da cidade nas noites, que escondem podridões cujo fedor chega nestes tempos à estratosfera. Nas grandes cidades poliglotas, e seus imensos edifícios, os grãos-mestres discretos atuam, espalhados suas redes e fios, por todo o planeta e todas as pessoas, com seu cálculo poderoso e infernal.

      A única batalha universal da história desta terra se faz: a Verdade Revelada, o Verbo encarnado, a Sabedoria Divina, contra a "Pós-Verdade", a filosofia da diferença, e divisão (contra a da identidade, unidade e comunhão católica), da multiculturalidade (contra a cultura cristã de dois mil anos); o Império que a Santíssima Trindade escolheu para nós, a civilização cristã romana ("A Era do imperador romano Constantino"), nós da Igreja Apostólica Romana, contra a Nova ordem secular, "Nova Era", do Novo Mundo" e seu dinheiro (lema na nota de um dólar) e seu novo império, dos Estados Unidos da América, filho da Inglaterra e "pai" de Israel.
        Só há uma batalha: a do Pai da Verdade e a do pai da mentira, este que fez muitos acreditarem, pela primeira vez na história universal, que ele não existe.
        Um belo dia, a Luz se revelará em toda sua magnificência, a todos, sem exceção; espero que antes.
        Por hora, a luz brilha nas trevas poderosas, embora quase todos estejam vendo-as sem as ver em verdade.





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