sábado, 30 de setembro de 2017

Troféus e medalhas - versos

                                            para J.C.G.

Troféus e medalhas,
Mesmo de ouro o tempo corrói
Ou Esquece.

O que vencerá o esquecimento?
Somente a Verdade Revelada
E os que a Esta se aliarem.

A Poesia Verdadeira se lembra,
Daqueles que te ajudaram,
Não é trabalhar em vão,
Mas o de lembrar o mais precioso é o tesouro divino.

"Fazei isto em memória Dele"

M. I. , CPS, 30.9.17

As mesmas velhas músicas - reflexão estética

Ainda há diversas músicas a descobrir, boas, mas na falta de tempo, no dia a dia, vamos com as velhas e boas músicas, com aquele também velho e salutar ideal de beleza, de verdadeira bondade e inequívoca verdade. A atualidade está, no geral, obsoleta, e se afunda em corrupção, política, ética e moral, as três juntas, nada por acaso, justamente num tempo que detesta as ideias e a filosofia. É verdade que há a verdadeira e a falsa filosofia, os conhecimentos genuínos e os falsos.

As coisas acontecem, nós agimos, pessoas vem e vão na nossa vida e coração. Mas algumas músicas perduram mais, junto com alguns livros e filosofias. Amigos voltam, perdões são feitos, outros não voltam, e vamos em frente e pra cima.

E algumas canções nos acompanham, lembrando pessoas, olhares, gestos, perfumes, mesmo cílios.as não são exatamente as canções, mas o verdadeiro, bom e belo, que mais almejamos, e as pessoas com as quais vivemos estas coisas e não seus contrários. E os momentos verdadeiramente sublimes, contra a miserável e sórdida sublimação psicanalítica, esta que nos animaliza, mas não, o verdadeiro delírio, sair deste mundo, com plena lucidez, alegria e leveza, e por instantes contemplar e viver as formas perfeitas, verdadeiras, boas e belas, do mundo perfeito é ideal, o Mundo das Ideias, de Platão, ou ver e viver o Ato Puro, de Aristóteles, por meio da simples, poderosa e delicada Poesia e Musica, as genuínas, cujas falsas são meras imitações, genéricos, falsificações. Imensamente melhor as mesmas e velhas músicas do que um apenas música podre a mais, desta nova e abundante torpeza, onde o mais avançado é o mais decadente.

A Música e a Poesia, uma vez sequer que o coração humano as ouve, da mesma forma que a alma que uma vez sequer vive amor ou a Verdade, o Bem e a Beleza, jamais pode esquecer estas Três, e as busca até o fim, almeja nada mais que o infinito e a perfeição, mesmo que isto implique morrer. "O coração humano busca insaciavelmente a mais perfeita felicidade, e só a encontra plena em Deus", ideia de Santo Agostinho.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A unidade das minhas partes variadas - Verso

        A unidade das minhas partes variadas

Sou adulto, criança e ancião.

Parte de mim é adulta.
Estudo os números para ganhar moedas para comprar vida.
Suo meu sal,
nesta terra calorosa e amorosa.
Na pele cicatrizes de muitas lutas.
Nesta idade sou duro e solitário.
Mas a minha tristeza é boa e não amarga.
Ela é mesmo sacrifício, e tempera de sal e atenção à minha criança e ao meu ancião.
Estas são minhas mãos e meu corpo.

Parte de mim é uma criança ingênua e inocente.
Brinca, ri e sorri.
Conversa com todos e todos me encantam.
O dia a dia é seu parque de diversões e desfile de sonhos vivos.
Aqui está meu coração.
Nas pedras preciosas dos olhos moram duas estrelinhas.

Parte de mim é anciã.
Amiga da genuína sabedoria da terra e amadora da verdade revelada.
Este é meu rosto, translúcido e hálito de vento e flores.
Sou assim um, mas sem solidão triste, mas amplo abraço ao ser.
Tenho dois milênios, anos não contam mais, e quero vir a ser eterno e feliz no Céu com e para o que é Infinito e Perfeito.
Aqui está a minha alma e o meu olhar, que dá luz aos meus olhos de criança.

Parece que meu adulto cuida da minha criança e do meu ancião. Porém são o ancião e a criança que cuidam e levam o adulto.

Duelamos com o Mal com alegria, no meu labirinto e no labirinto do mundo.

Para um belo dia,
ver a Deus,
e espero,
passar no juízo, e com tudo do mais belo e puro de mim, depurado, e somente,
Poder Lhe sorrir, e a todos os Anjos e Santos.

                                            M.I.

                                 Cps, 21.9.17



Texto e contexto - para a passarinha encantada e desastrada, minha amiga imaginária

      Na época que vivi um triplo, longo e simples grande amor, um amor de casal real, o escrever do último capítulo do meu livro, Lis (sobre a pureza e se abrir), sobre o tema renascer, e ao mesmo tempo do meu autodescobrimento e amor a mim mesmo, eu estava vivendo o "texto". Não sabia ainda qual era o "contexto" e o seu desfecho.
       No céu, aprender a ver, na terra, lembrar. Pindaro (de memória, digo, a citação, sem ironia)

       Só depois reconheci que vivi este simples, desajeitado, grandioso e puro amor. E que seu nome é amor ao próximo como a si mesmo. E que ele me levaria a uma grande provação e tribulação. Eu caí profundamente no abismo. E Deus ouviu minhas lágrimas, não mais minhas falsas mestras Clarice Lispector, Cecília Meireles, que haviam me resgatado da primeira vez, mas anjos da sua própria providência agindo em um amigo e uma amigas puros e concretos, o contexto final e desfecho, desta que foi uma de minhas odisseias até agora.

Bom, como ela continua reclamando, certamente ela está bem de novo, daquele jeito lindo, desastrado e encantado. E não precisa ficar dando indireta. Falo diretamente mesmo, não com ela, mas sobre ela. Ela não é mais problema e felicidade minha, pois sendo justo, além dos defeitos, ela tem um grande coração e é brilhante. Se não fosse o Fim dos Tempos, talvez houvesse tempo de ser uma grande poetisa, nessa época em que a verdadeira poesia de fato morreu (motivo pelo qual talvez eu não escreva outro livro). O meu problema e felicidade elevada e fazer bom proveito destas memórias lindas e terríveis. Ela e a memória dela são coisas bem diferentes. Por isso, para quem escreve é imprescindível ler os verdadeiros grandes autores, ainda que a maioria, mesmo que geniais, sejam ciladas. Provar o fruto proibido do conhecimento do bem e do mal. Melhor ser católico. Procurem a Fraternidade São Pio X, amigos, ela está espalhada no Brasil. Tem um site dela em português, dê busca na internet. Sugestão do melhor que aprendi. Investigue. "Quem procura, acha".



domingo, 17 de setembro de 2017

Odisseias, vida e obra - crônica autobiográfica

Numa vida individual há tempo para algumas poucas odisseias pessoais. Tive duas até agora, e começo a terceira. Primeiro, a infância, este formidável tesouro. Logo depois, em tenra idade, adoeci severamente, entrando no País das Maravilhas, ao mesmo tempo em que parcialmente cresci. Não tive uma adolescência realmente, como quase todos tem. Estive numa casa de sonhos, na maior parte, ainda que tenha recebido o convite de um renomado professor australiano para bolsa de mestrado em filosofia na Austrália, e o elogio de outro destacado professor brasileiro, “teu caminho é extremamente fértil”. Eu caíra no abismo. Dois anjos humanos me foram enviados, uma foi Clarice Lispector, pelos seus livros, outra Cecília Meireles. Entrei no portal da grande poesia, como leitor, e em dez anos escrevi um livro de poemas, fui vivendo, e ao final deste tempo, conheci um simples e grande amor. Isso me levaria ao fascínio e ao delírio. Veja-se que o delírio tem dois sentidos, loucura e transcendência, distintos e separados, porém, relacionados. Como aquele que sai da caverna, como em Platão, e vê o sol, pela primeira vez, fascínio e delírio, este, especialmente aos olhos dos outros, os amigos dentro da caverna, que acham que você é que entrou na caverna, e não o inverso. Meu livro, “Lis”, foi sobre a busca da pureza e de florescer humanamente, e essencialmente renascer, o que me levou afinal ao catolicismo apostólico romano, nesta terrível época. (Tu és Pedro, e sobre esta pedra edifico minha igreja. Tudo que ligares na terra ligarás no Céu, sobre ela as portas do inferno não prevalecerão. São Mateus, 16, 13. Pois é, já estamos nesta época das portas do inferno.)
Em algumas coisas eu não tomo jeito. Rsrsrs. Soltei passarinhos por aí. Eles vieram me contando que ela só recentemente se recuperou, e ainda guarda uma grande mágoa velada, de uma profunda cicatriz no mais fundo do peito e do coração. Bom, eu sei. Eu também. Mas o mais importante é que cicatrizou, e estamos razoavelmente bem e tocando a vida para frente e para cima, ainda que escapem umas reclamações do passado. Terrível e temível orgulho da inteligência, gosta muito de reclamar. Não temos um coração de pedra, entretanto.
Mais do que isso, o amor de casal, o ápice do amor ao próximo, na terra, digo, no mundano, não há. Mas é bem inferior, aqui e depois, ao amor a Deus, que é ao perfeito, a caridade. Dez mil maníacos não nos convencerão que a maré, e nem o tempo, pode voltar. Eu encontrei pureza, no meio de um amor em guerra, com um outro coração em flor, que se foi, e deixou o caminho preparado para o verdadeiro amor, a caridade. Renasci. Esta segunda odisseia se encerrou, e a seguinte, a terceira, se abriu. Vida e obra.

Obs: eu vi meus poemas recentes. Eles estão bem ruins, uma cópia mal feita de meu próprio estilo anterior. São da forma como eu fui, uma forma de escrever, que aprendi e desenvolvi, ligada à forma que eu vivia. Mudei, não posso nem consigo mais escrever da forma que escrevia como antes. Mas há alguma coisa muito bonita dentre de mim, que cresceu, inclusive, mas ainda está, nesta nova fase, aprendendo a andar de novo, junto com os aprendizados anteriores. Ainda estou aprendendo a escrever de novo, com um novo estilo e método, novos assuntos e ideias. Há uma enorme responsabilidade em escrever. Pois a letra mata. Não dá vida. Apenas favorece a vida, porém a negativa é direta. A Verdade dá a vida, a mentira a tira. Contudo, as palavras tem um poder precioso e sagrado.