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terça-feira, 20 de agosto de 2019
Poema sobre a Perfeição - Márcio Ide
Nossas lágrimas caíram e voaram,
Nas noites solitárias e de escuridão,
Chuvosas e frias,
Longo tempo no vento.
E o abismo do coração clamava
Desde a saída da infância.
E num belíssimo dia,
Nos encontramos,
Cantamos palavras um ao outro,
Minhas lágrimas caíram nos olhos teus,
E as tuas lágrimas nos meus.
E sorrimos a pura primavera em festa,
Nossos rios se encontraram,
E nossos rios encontraram o mar.
Tocamos de leve a perfeição nesta terra.
Um sábio dizia que nós éramos um,
Nos separamos, e desde então,
Viajávamos errantes à procura
Da completude perdida.
Mas era quase isso.
Duas criaturas não podiam ser perfeitas,
Mesmo que juntas.
Em parte era verdade.
A plenitude original.
Antes nós dois vivíamos em plena paz e alegria,
Mas na verdade,
através da Perfeição, com o Infinito e o Eterno.
Seu nome É Deus.
E depois de peregrinarmos a vida toda
Nos encontramos.
Nos entregamos,
Livres a servir e a exercitar
O Destino.
E as nossas conversas,
Abraços,
Beijos,
Nos levavam aonde nascem os anjos,
A alegria, os sorrisos,
E as almas das crianças.
E nestas pétalas efêmeras
Que lembravam o eterno,
Éramos infitos e perfeitos.
Isto se chama um simples e grande,
O milagre de amor.
Superávamos a ilusão e escravidão
Da troca corrompida
Do prazer animal pelo sublime amor.
Nós nunca fomos deste mundo.
E depois de toda uma vida,
Voltávamos aonde havíamos sido criados.
Nos separamos pelos rumos tortos
desta vida difusa,
Na nossa estória,
Por enquanto,
Aqui,
Infelizmente.
Mas não perca as esperanças,
Meu coração.
Peregrine e rume,
Pelo preciso Caminho,
Da exata Verdade Revelada,
E sua tradição de dois mil anos,
E somente por Ela,
Aonde sempre mora,
O Eterno Perfeito Infinito,
O milagre do Ser.
E Lá, no Alto,
Na festa das estrelas e das luzes,
Enfim,
Nos reencontraremos definitivamente.
Márcio Ide, Campinas, 20 de Agosto de 2019, 6:43.
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