terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Sobre Rilke e as Cartas a um jovem poeta

"Um mundo se abrirá aos seus olhos: a felicidade, a riqueza, a inconcebível grandeza de um mundo. Viva nestes livros uns momentos, aprenda nêles o que lhe parecer digno de ser aprendido, mas, antes de tudo, ame-os. Êste amor ser-lhe-á retribuído milhares de vêzes e, estou certo, do tecido do seu ser, como uma das fibras mais importantes, no meio de suas experiências, desilusões e alegrias.

         Rainer Maria Rilke, poeta-filósofo alemão, romântico-simbolista; em "Cartas a um jovem poeta", segunda carta.

       Análise

        Introdução: o livro em questão é uma pequena coleção de cartas que Rilke escreveu a um jovem poeta real, que posteriormente as publicou em seu nome, e foram minha principal fonte de orientação e missão poético-filosofica, no projeto da versão anterior deste livro, a "Lis"; pois estas cartas tratavam da arte de viver, segundo Rilke, de onde nasceriam e pelo trabalho seriam forjados os poemas. Ele foi meu principal mestre desta época horrível e bela de minha vida, como conforme as mesmas ideias, maléficas ainda que brilhantes de beleza, porém envenenada (nem tudo que reluz é de fato ouro).

       A citação e sua ideia

   Neste trecho, Rilke indicou a leitura dos livros do romancista e poeta frustrado Jens-Peter Jacobsen; que por sua vez seguiu e imitou o "Sofrimentos do jovem Wherther", de Goethe, romance epistolar, fundamento inicial do romantismo alemão e mundial, filho do humanismo ateu, onde um jovem confessa a seu amigo principal, o conhecer de uma mulher muito bonita (mais de rosto e corpo do que de alma), sua paixão (sexualizada e contra a guarda da castidade, do Sexto Mandamento de Deus Pai), desilusão( desilusão da Verdade, da realidade e a vida;"desilusões" acima, com diversas musas, que foi o caso  de Rilke, que casou, separou, juntou de novo, e morreu só num sanatório) solidão (contra a comunhão cristã e católica, abandono (inverso da união, comunidade, pátria; o Joyce do Um retrato de um artista quando jovem, abandonou a Deus, a fé católica, a família, e abandonou a sua pátria, com o dinheiro de sua família, que o ajudou até nisso) e por fim suicídio (Não matarás, e não se matarás, não pelo suposto amor de uma mulher, mas somente pelo martírio para Deus e na defesa da pátria, no caso de guerra, segundo o cristianismo e também pelo dever social; mas Werther foi por ser rejeitado); que por sua vez é inspirado e imitado do Cancioneiro, de Petrarca, início do humanismo ateu, ambos disfarçados de cristãos, no séc. XIV, e Goethe no XIX, ainda que tanto o romantismo quanto o simbolismo e o humanismo falem de Deus, nas aparências, enquanto que a divindade real deles é o amor humano, sobre todas as coisas, como Rilke falou acima: "Viva nestes livros uns momentos (...) mas "sobre tudo" "ame-os"." Os livros são a alma purificada de um verdadeiro escritor, seja benigno ou maligno.

"Um mundo se abrirá aos seus olhos": o mundo romântico, subjetivo, no sentido intelectual e no sentimental, relativista, possibilitado pelo subjetivismo e relativismo de Kant e Goethe, de modo aparentemente contraditório, mas essencialmente complementar. É a doutrina do eu, do sentimento, do amor humano e/ou de casal, sexual, exagerado, com o sentimento em primeiro e a razão e a temperança em segundo, ou seja, contra o amor ao próximo e a Deus, na maliciosa tentativa de se infiltrarem neles e os substituírem e destruírem, técnica de Maquiavel, no "O Príncipe" e das elites discretas, desde a Revolução Francesa, modelo das outras: Liberdade (contra a obediência a Deus), Igualdade (hipócrita, contra a hierarquia necessária à sociedade e a Deus), e Fraternidade (só de discurso, numa sociedade do eu, do individualismo,ou seja, do egoísmo, contra o altruísmo cristão); Revolução esta que derrubou os reis católicos e cristãos, e instituiu repúblicas capitalistas laicas (sem religião oficial) ou socialistas/comunistas, ateias, onde os religiosos foram desterrados ou assassinados. Esta é a história da ascencao e crucificacao e corrompimento da civilização católica-cristã, que começou no Império Romano, perdurou, e agora está em grande decadência, no surgimento de uma nova ordem social, anunciada na nota de um dólar norteamericana: um dos três lemas desse país que domina o mundo atual, por enquanto: Novus ordus seculorum. É o mundo da verdade subjetiva e relativa, de Jacobsen, Rilke e Goethe, na literatura, possibilitado pelo fundamento do Iluminismo, de Kant, e complementado pelo romantismo filosófico de Nietzsche, que chega até hoje com os tradutores nietzchenianos ao francês moderno, Deleuze e Foucault. Deleuze faz a síntese dialéctica de Kant e Nietzsche, fundamentando a ideia de "diferença" na metafísica e ontologia no domínio da filosofia, possibilitando as diferenças e a multiculturalidade nas humanidades atuais, sociologia, medicina, psicologia, e até mesmo a diferença nos sexos, com esta pedagogia agressiva da imprensa e de muitos intelectuais, a propaganda dos diversos e múltiplos homossexualismos psicopatológicos e variantes. A filosofia da diferença, de Deleuze, do respeito à diferenças, das outras culturas, de forma intensiva, é essencial no deleuzeanismo, que é a causa da falsa pós- verdade, última fase da filosofia de Kant, verdade subjetiva e relativa contra a Verdade Revelada.

"Uma das fibras mais importantes": é verdade, as ideias entram em nós, como remédio ou veneno, tornam-se parte de nossa verdade e alma e coração. O problema é que a beleza e a arte são usadas como a isca: para dissimular e dar falsa aparência de beleza e bondade a ideias terríveis e horríveis, como o ateísmo, a venda da alma (Fausto), o suicídio (Werther) a poesia da solidão e do abandono de Deus e do próximo, oculta, inserida profundamente na obra de Rilke. O truque do Mal (e do Pai da Mentira) é falar genuínas e grandes verdades, mas no meio e nas finalidades, colocar grandes inverdades, e utilizar a beleza, o humor e o prazer como convites e anzóis.

Deus é o Pai da Verdade e o Demônio, o da mentira.
Quem analisa ou julga segundo a si mesmo, ou seja, com seu "eu", se faz de Deus. Pois a verdade de uma tal pessoa, um simples e pobre mortal, sozinho e desobediente, que busca a a sua própria felicidade, de acordo com suas próprias ideias, de acordo com seus próprios gostos, eu, eu, eu, é contra a Verdade Revelada por Deus, o Verbo divino encarnado, a suma Sabedoria incomensurável e infinita.
O grande erro e pecado do homem foi comer do fruto do conhecimento do Bem e do Mal (nós somos os herdeiros, queridos católicos, filhos de Adão, e não de macacos, a teoria científica do desenho inteligente está aí, hoje, com base na bioquímica atual), e ter uma tendência desde então a ser o dono e juiz da verdade, contra Deus, que é o Pai da Verdade, e Juiz dos juízes. Eis o erro capital dos protestantes, dos demais cristianismos modernos não fundados por Cristo, Nosso Senhor, em São Pedro, e mesmo em diversos grupos católicos onde o humanismo ateu, e o protestantismo e seu princípio de livre interpretação das Sagradas Escrituras, cuja chave dos Céus, e portanto da doutrina foi conferida a São Pedro e seus sucessores. O problema é que o Papa Paulo VI afirmou na década de 1960: que a "fumaça de Satanás[o pai da Mentira] entrou na Santa Igreja", e os católicos atuais ou últimos não estudam catecismo e a Santa Doutrina, embora leiam livros sobre qualquer assunto diverso. Mesmo o Papa João Paulo II fez exorcismos dentro de Igrejas no Vaticano. Pesquisai, vigiai e rezai, por favor. Mas Santo Tomás e Santo Agostinho são as referências de sempre da Santa Doutrina, e há alguns grupos que guardam a tradição católica e cristã, de dois mil anos, no Brasil e no mundo.

Nesse mundo do romantismo, que se estendeu do simbolismo, ao existencialismo literário, Sartre (humanismo ateísta, materialista e consumista, seja de consumismo de intelectualidade e artes, ou consumismo de bebidas e comidas refinadas), James Joyce (humanista subjetivistas e ateísta também, um dos pioneiros do multiculturalismo pagão, da multiculturalidade na linguagem e na literatura), Cecilia Meireles (misticismo existencialista hinduísta), Lispector, no seu livro de abertura de projeto literário, "Perto do coração selvagem", sugestão aceita de título, imitada da frase de Joyce: "Ele estava só, estava desapercebido [unheeded], perto do selvagem coração da vida". Porque o alter-ego jovem de Joyce havia abandonado o catolicismo praticante seu, e estava nesta cena, sozinho, numa praia, e portanto, "desapercebido" e feliz disso, e não triste do abandono. Sugestão do romancista Lucio Cardoso, católico praticante, ambos na época no Rio de Janeiro, porém homossexual assumido. Clarice neste livro defende um misticismo religioso, sua auterego, Joana (imitação do profeta João, secularizado e laicizado) como se fosse um jovem Whether, mas jovem mulher e com o acréscimo do existencialismo de Sartre, do séc. XX, o "séc. de Sartre", mais uma variação do romantismo alemão e do iluminismo idealista, com uma nova versão do subjetivismo, intelectual e sentimental, já agora assumidamente ateu, em diversos casos, como no do próprio Sartre, de "O ser e o nada".
       Enfim, realmente um mundo de paganismo me foi e a muitos foi aberto por Rilke, Goethe e Joyce, na literatura; por Kant, Hegel, Marx, Freud e Sartre, pela filosofia, e seus livros, e suas ideias estão nas fibras do nosso ser mais íntimo, profundo e essencial. Cabe separarmos o remédio do veneno e da maquiagem, como diz Platão, do joio do trigo, como ordena Nosso Senhor. O Mal tem muitas faces e muitos caminhos, mas tem um só pai oculto e bem discreto. O Bem tem um pai já revelado aos quatro cantos do mundo, pela professia do livro Apocalipse, revelação em grego antigo, o fim das Sagradas Escrituras, com a saudação da vinda do Reino dos Céus, ao seu final. O pai da Mentira, hoje na sociedade do munda que há cerca de 5 séculos deixou de ser católico em sua maioria, este pai que conseguiu fazer o truque de mágica de bilhões não acreditar que ele existe, nem Deus existe, e fez bilhões acreditarem em falsos deuses, este com sua fumaça entraram na Santa Igreja, como afirmou o Papa Paulo VI, já na década de 1960, decisiva, logo após do Concílio Vaticano II, também decisivo nos rumos do mundo, e necessariamente depois vemos a cultura popular e demo-crática florescendo, se tornando padrão, e interiorizando a alta cultura, realizando a inversão dos valores cristão-católicos em humanistas ateístas roamnticos e liberais, época que John Lennon afirmou que eles eram mais famosos que Jesus Cristo, Nosso Senhor, tendo sido morto um pouco depois por um de seus próprios fans (do inglês, fanático; um seguidor do "sexo", geralmente pecado mortal, drogas "comumente maconha, proibido pela medicina, pois debilita muito a inteligência e o corpo, outro pecado mortal, porque é bastante contra a razão é a lucidez, da pedra que rolou e rola, contra São Pedro, a pedra fundamental de Nosso Senhor para Sua e Nossa Santa Igreja. Além disso, o pai da mentira, na segunda metade do séc. XX, inventou muitos caminhos dentro do cristianismo, não o fundado por Nosso Senhor, mas por homens modernos, como o "bispo" comerciante de almas Edir Macedo, entre tantos outros, e tantos cristianismos modernistas, humanistas, subjetivistas e relativistas, ainda que tenham um verniz e aparência de rigor tantas vezes.

Um bom livro é um pequeno mundo que é uma janela ao grande mundo. Resta e é imprescindível saber se ele é bom, ruim ou maquiagem.

Largas são as portas do Inferno [e seus livros], estreita é a do Céu [muito poucos são seus livros verdadeiros hoje em dia].

                         NSJC

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