quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Clarice Lispector, e seu primeiro livro: Perto do Coração Selvagem

       "Ele estava só, estava desapercebido; estava feliz, perto só selvagem [wild] coração da vida."
     
               James Joyce, Um retrato do artista quando jovem. Citado por Lispector em "Perto do coração selvagem".

  Em "Perto do coração selvagem" a alter-ego de Lispector, por memórias em fluxo, técnica de Joyce (que segundo a crítica ateia é o maior romancista contemporâneo) ou confusão mental, segundo a psiquiatria, Joana fala da morte, e ausência da mãe na infância, a solidão no internato, descobertas adolescentes como o prazer de roubar de vem quando, "nada me dá tanto prazer quanto o mal", "é como engolir fogo adocicado", se queixando da tia, que a repreendia, porque era católica praticante, como se lê no episódio. Joana estuda Direito, como Lispector, e se casa com um namorado da mesma faculdade, como aconteceria depois com a autora. Seu marido, Otávio, não esqueceu um grande amor romântico e idealizado, e abandona Joana, que é calada, sombria e noturna, enquanto que a outra é solar, adocicada e formosa. Por fim, entre diversas divagações, pensamentos filosóficos confusos, memórias mal resolvidas, porém com muito lirismo e poesia, em situações estranhas e "inusitadas", a solitária e abandonada encontra um amante semelhante, mas pobre materialmente, e enfim, mesmo este a abandona. É no mínimo muito duvidosa essa felicidade final misticismo e abandono, mesmo que disfarçada pela intensa e delicada poesia, abandono de Deus, do amor de casal, dos pais, da família, sem amigos, e apresentando diversos traços de psicopatias, em particular depressão, e transtorno de personalidade emocionalmente estável e limítrofe (borderline, bipolaridade, depressão, talvez. A autora viria a utilizar os antigos "calmantes", fortes e pouco conhecidos na época).

   "Born to be wild", "Hey babe, take a walk on the wild side", frases do rock and roll ( a rocha/pedra que rola, segundo o blues e os Rolling Stones, contra a Rocha firme, que não rola, de todos os cristãos, e também de judeus e muçulmanos, a Rocha de Deus). O rock e diversas variantes são a versão popular oriunda do romantismo filosófico e da alta literatura ateias, voltadas a atacar e "educar" os jovens, através do sentimento, conquistando seus corações despreparados e inexperientes, que hoje, a esta altura, muitos são idosos.
A música eletrônica, a MPB, o blues, o jazz, essas novas "musicalidades", e mesmo a música erudita chamada equivocamente de "clássica" (que significa exatamente, classicismo literário. É que é isto por sua vez? O ateísmo grego antigo e romano), todos eles essencialmente estão impregnados discretamente do humanismo ateu e romântico. É enfim a Verdade Revelada contra a falsa Pós-Verdade, o cientificismo sensacionalista da imprensa
e dos intelectuais dominantes, com a filosofia de Kant (Razão acima da Fé Cristã, e verdade subjetiva e relativa), pai de Hegel (subjetivismo e relativismo na lógica: tese, antítese, síntese; subjetismo relativista na história: fundamentação do falso evolucionismo e do equívoco historicismo ateu contra a história universal), Marx (Destruir a família (cristã) no Capital; Gramsci: destruir a cultura por atacar a juventude) e Freud (subjetivismo e relativismo no indivíduo: primazia do inconsciente animal sobre o consciente racional, do sentimento sobre a inteligência, relativização da culpa é portanto do pecado, fundamentado na sexualidade, contra a castidade cristã), e Kant e Nietzsche, pais de Foucault (Quem sabe, um dia, talvez o século seja deleuzeano. Década de 1980) e Deleuze, este último o filósofo mais influente atual, o último grande filósofo, o da globalização atual, contra os cristãos e católicos, a Sabedoria Divina do Verbo encarnado, o Pai da Verdade, contra o Pai da Mentira, o Demonio, que age por sua poderosa sociedade "discreta" mundial.

      Kant nunca casou, Deleuze foi filósofo alcoólatra, fumante, e se suicidou por enfisema pulmonar, Nietzsche morreu insano, Rilke morreu solitário num sanatório também (kantiano e nietzscheniano), Foucault ia ao prostíbulo homossexual dos cais e foi o primeiro ocidental a morrer de AIDS registrado.
Vida e obra. Pensar, sentir e agir. Não sigamos pessoas assim, para não termos fins do mesmo tipo: abandono, loucura, e condenação. Pelo contrário. Acima de nós há céu e Paraíso Celeste, John Lennon errou na música "Imagine"; mas é preciso cumprir a lei, seguir o exato Caminho, passar no juízo individual e no Juízo Final, para nós encontrarmos todos com Deus, no seu Reino.

       Nós todos aqui e agora, nascemos e fomos educados nisso, é extremamente difícil pensar e refletir sobre esta questão, nosso olhar está condicionado: psicologicamente, por uma falsa história e historiografia, e espiritualmente. Hoje vemos por espelho [invertido] e em enigma. Coríntios, I, 13.

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