sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Pelas ruas da cidade: amor, saúde e felicidade - crônica filosófica (revisada)

E vamos andando pelas ruas, pegando ônibus, dirigindo  o carro e  vamos vendo e pensando com os botões.

O discurso: vivemos numa sociedade e civilização do "amor", da "saúde" e da "felicidade".
Vamos aos fatos: "amor": nunca houveram tantos divórcios ou separações, traições, promiscuidade amorosa e/ou sexual, problema de solidão amorosa ou de amizade (amor de amigo e ao próximo); nunca houve tão poucos filhos (frutos genuínos de amor verdadeiro). Trocaram o casamento na igreja pelo casamento com os bichos na "Petshop", que junto com as igrejas pentecostais e evangélicas (dízimo obrigatório em muitas, e algumas aceitam cartão de débito ou crédito), e as farmácias, são os estabelecimentos comerciais que mais se ampliam.

"Saúde": muitas igrejas referidas acima: remédio genérico da alma, pelo cartão do banco ou carnê. Fanatismo ou vício pelas farmácias e academias, para culto ao corpo ou correr atrás da saúde corporal prejudicada.

"Felicidade": troca do conforto e do prazer no lugar da alegria, do amor e da paz genuínas, em especial no templo do Shopping Center. Troca do amor pelo gostar, do amor pela paixão, do amor pelo sexo. Do mero gostar, depois, pelo mero  prazer ou mera distração, passatempo, TV, seriados, filmes, jogos virtuais, para fugir  da pavorosa solidão  final. Troca da saúde da alma pela saúde do corpo excessiva. Da religião honesta e verdadeira pelo psicanalista. Do viver honesto, virtuoso e feliz, pelo bem-estar material e seu conforto e luxo, com luzes de neon e cromados que logo vencem e precisam ser substituídos, a alto custo. Podia mesmo haver amor verdadeiro, mas trabalha-se muito, "para manter o "padrão"" de consumismo e desses luxos e confortos referidos, aí sem tanto mais a dedicação inicial do namoro, romântico, do noivado, das descobertas do início do matrimônio, da alegria genuína e imensa dos filhos, estas alegrias ambulantes, que depois se tornam tantas vezes terríveis adolescentes! rsrs, aí os maus esposos começam a olhar para outros, para partes de outras, e os bons esposos passam a olhar para confortos, prazeres refinados, como vinhos franceses, gastronomia, viagens; e o amor se torna uma amizade ou coleguismo, que por sua vez pode ser bom realmente, ou ruim. E afinal o amor e a felicidade se tornam conformismo, conforto, e confortismo, consumismo refinado ou grosseiro; consumismo cultural, artístico, intelectual, ou seja, um existencialismo sartreano ou seu genérico; no caso dos bons, mas ainda assim consumismo, e não amor e felicidade reais. Este é o auge da nossa sociedade e civilização no mundo inteiro, consequência da doutrina do evolucionismo, do humanismo ateísta, do romantismo (contra o amor à Deus e ao próximo, romantismo contra o catolicismo romano)

Amigos, prestem atenção nos olhares das pessoas, se estão felizes ou infelizes, nas ruas da cidade, nos shoppings, com educação no olhar. Pois nem nos olhos as pessoas não costumam mais se olhar hoje! Olham pra baixo (evitam olhar ou fogem com os olhos), como os tristes e/ou individualistas (egoístas), como malandros pros lados, pra cima como os soberbos, usam óculos escuros, para se esconderem, da ostensiva carência dos homens,  para ostentarem ou por causa de drogas, alcoolismo ou tristeza mesmo.

Petshop, igreja evangélica, farmácias são os que mais abrem estabelecimentos e franquias.

Vemos e não vemos, ouvimos e não ouvimos ("fingir que não  viu", "jogar sujeita debaixo do tapete", autoprogramação neurolinguística,  lúcida ou não, dissociação, ou forclusão). Porque escolhemos o que queremos ver: somos hoje quase todos subjetivistas no conhecimento e no sentimento, e aí relativistas: Eu acho que, depende se Me interessa ou não, se Eu gosto ou não, eu, eu, eu. O individualismo e amor romântico moderno e contemporaneo do Eu, contra o altruísmo (amar o grande Outro, Deus; o outro, o próximo) e amor caridoso, do cristão e católico. Em suma:a guerra atual do Eu contra Deus. Isso afeta mesmo o pensar e a lucidez, no subjetivismo intelectual e sentimental do humanismo e do romantismo; substitui-se o genuíno raciocínio, reto e lógico pelo instinto ao usar e concatenar as ideias, causas de tantas associações, dissociações, fantasias (do grego antigo, fantasmas), idealizações, muitas delas equivocas e impróprias, nas ideologias e teorias, mesmo "científicas" e dominantes atuais, considerando a linguagem psicanalítica, em termos de diálogo; tudo isso indo parar na mente e nas ações das pessoas, dos familiares, amigos, vizinhos, que andam por aí.

E as pessoas de boa alma e coração peregrinando e levando suas cruzes e sofrimentos, com alegria, paciência e perseverança, no meio desta bagunça material, o desfile imenso e alucinado do País das Maravilhas atual de alta tecnologia e grande concentração de renda; mas velados, contentes e tranquilos, aos trancos e barrancos; acreditando, com esperança, no amor a Deus, ao próximo e a si.

*Ideia, em grego antigo e latim, significa e denota "visão". Por exemplo, Newton, Einstein, filósofos ou intelectuais diversos ingleses, europeus, até mesmo norteamericanos estudaram latim ou grego, embora não se divulgue. Até Bill Gates, filho de banqueiros, estudou grego antigo. As universidades, criadas por Platão e Aristóteles, e aprimoradas ao auge pela civilização católica, hoje infelizmente são centros de controle e restrição ao conhecimento, embora divulguem que são disseminadoras do saber. São os últimos escribas decadentistas. A busca e a manutenção e aprofundamento na Verdade, o amor à genuína e real sabedoria, nunca foi tão atual. Urge.

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