Interlocução
a uma criança-rainha inocente de primavera
As guitarras gritam
brilhos,
as flores se confundem
nelas mesmas,
rostos procuram rostos.
É tão fácil se perder
num rosto meigo.
Ela nos abandonou.
Continuará ela, num
lugar fora da vista, abandonada?
Destinos disfarçados de
rostos.
Estamos cansados de
nossos velhos truques de fazer os outros felizes.
Mas não cansamos de
viver, afinal.
Não cessa o frescor no
meu vento,
da nossa arquitetura de
incerteza
fazemos de nossa teia
de sonhos,
tato, arsenal de
instrumentos
e odisseia deste
instante.
A dança das cadeiras,
a dança dos
intercessores,
por entre crianças
perdidas,
tantos fantasmas,
anjos ou brilhantes,
solitários ou porque sonham,
e ninguém mais sabe.
Somos a música no ar,
pura música.
Márcio Ide
Campinas, 18 de setembro de 2011.
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