Janelas de pétalas
Ando com instantes (esplendorosos) só pra mim.
Sou pobre, não tenho dinheiro para viagens.
Então, vou as janelas fora de mim.
Os olhares encontrados,
ponho a rosa no vaso solitário.
Sento à janela, com minha presença querida.
Minha querida mesa, minha cadeira,
pulsações frescas de olhares amados,
e o espetáculo da Existência,
mais nada.
Vejo pela janela,
para atravessar os infinitos nos olhos,
e pelos olhos desamparados e absolutos
ver a veloz, atroz, audaz cachoeira da realidade
se abrindo no tempo:
Amor se devora a si,
o Fogo é o Tempo,
e o Tempo é voragem.
A Flor Efêmera, entretanto, viaja, interminável.
Que sejam tão somente janelas para a amplidão.
Márcio Ide
Campinas, 27 de Dezembro de 2011.
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