terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Flores nas puras mãos: A Palhacinha: Janelas de pétalas


Janelas de pétalas

Ando com instantes (esplendorosos) só pra mim.
Sou pobre, não tenho dinheiro para viagens.
Então, vou as janelas fora de mim.

Os olhares encontrados,
ponho a rosa no vaso solitário.
Sento à janela, com minha presença querida.
Minha querida mesa, minha cadeira,
pulsações frescas de olhares amados,
e o espetáculo da Existência,
mais nada.
Vejo pela janela,
para atravessar os infinitos nos olhos,
e pelos olhos desamparados e absolutos
ver a veloz, atroz, audaz cachoeira da realidade
se abrindo no tempo:
Amor se devora a si,
o Fogo é o Tempo,
e o Tempo é voragem.
A Flor Efêmera, entretanto, viaja, interminável.

Que sejam tão somente janelas para a amplidão.

Márcio Ide
   Campinas, 27 de Dezembro de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por sua visita. Comente.