terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Flores nas puras mãos: A Palhacinha: O sangue do Tempo


O sangue do Tempo

Nós, os deuses que morrem.

Nosso sangue é silêncio e música.
Nosso sangue é feito de silêncio profundo e música infinita.

O Sonho, Morfeu,
assume a forma da Amada.

Orfeu olha para trás, o Passado,
ao sair do Hades;
a Amada, neste instante do Presente,
se desfaz no ar,
e no Futuro, deixa de existir.

Seria possível, aos olhos de um coração, não resistir?

É meia-noite,
e os perfeitos sinos batem.
Nós encerramos,
nossa música prossegue.

Não é impossível, não resistir ao amor,
não resistir à vida,
Memória em Flor...                                      

                                                 Márcio Ide                                                                                                               Campinas, 30 de setembro de 2011.

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