sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Parte II: Desvelo do rosto, cap. 2: As duas Legiões, "As duas Legiões", poema de abertura

             para Clarice Lispector e Cecilia Meireles, duas anjas tortas que, no entanto, como ex-amigas e ex-mestras, pelos seus livros em papel, me ajudaram a começar a sair do abismo de não-consciência, solidão, abandono e severa tristeza da atualidade modernista.

                              Ideias são remédio, maquiagem ou veneno.
                                                 Platão

                              Nem tudo que reluz como ouro é realmente ouro.

     Esta legião de anjos ou mestres negros e tortos, de Baden Powell à Elis Regina, de Clarice à Cecilia, Rilke, Petrarca, Goethe, Jacobsen, Joyce e cia, este exército do Eu, que vangloria o homem, caiu, fortemente derrotado; grãos de areia, estrelas cadentes nos nossos olhos, deixando belo lamento agonizante, e a primavera e inverno fixadas em gotas de perfume, inscrevendo em nossa alma, uma lembrança viva e reluzente do terrível amor romântico, ideal e sofredor, contra o amor ao próximo, real e paciente, pousando com seus sacrifícios só humanos veneno e remédio no nosso sangue.
        Mas, mesmo com anjos e mestres tortos, pela Providência e pelas verdadeiras amizades e amores ao próximo, mesmo no pior lugar e na pior hora, se a procura for honesta, encontra-se a Verdade e seu exato Caminho, para Nela se manter até o fim, aqui.



   
   

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