quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Lis Romana, Parte 2: Desvelo do rosto: cap. 1: Lis, "Pergunta".

Sem Deus, pode a alma vencer
o labirinto do enigma,
o tempo devorador e suas mortes,
o abandono involuntário
de amigos quase angelicais,
tão queridos toda a vida aqui,
as inevitabilidades das doenças,
as utopias dos amores românticos,
e suas ruínas,
a volúpia pela volúpia,
que nos priva da graça,
tantas vezes louca ou bestial,
que mal se lembra?
Mero corpo errante na terra
e perdido em algum canto do universo?

Sem Deus, não será sempre aqui
este duelo com o Ser?
Nós, míseros pedregulhos perdidos no espaço,
se assim fosse,
não nos desfazeríamos em fogo e luz,
na queda?
Cíntilo se apagando em olhos tão inocentes?

Ele o chamará até o fim,
para que não caias no abismo,
que é o seu próprio eu sem Ele.

*Há cinco séculos passamos da civilização de Deus para a do Eu, começando com Descartes, "Cogito, ergo sum." (Do latim, "[Eu] penso, logo [eu] existo"). E deste seu máximo fundamento, o cartesianismo "cria Deus", falsamente). Em seguida Kant, este com a sua "Crítica da Razão Pura", cuja tese é em essência cartesiana desenvolvida, a "Razão" humana como fundamento e referência de tudo, imenso equívoco catastrófico, levando à inverdade da refutação dos escolásticos e Santo Tomás de Aquino, e de fato criando o subjetivismo, o conhecimento baseado no sujeito, e por consequência necessária o relativismo e o subjetivismo por gosto e sentimentalismo, nas ideias e teorias, daí necessariamente na prática. Descartes é realmente o pai da ciência modernista e Kant é a fundação eestrutura de Hegel, que é o subjetivismo e relativismo sobre a história universal, a distorcendo, em prol do evolucionismo; base também de Marx, junto a Hegel, usando este historicismo hegeliano para a interpretação da história universal voltada à sociedade e economia humana e humanista; de forma equivalente, subjetivista e relativista. Por fim, Freud é o kantiano que aplica o subjetivismo e o relativismo no indivíduo e na interpretação da alma e psique humanas, mais uma vez, segundo o kantismo, ou seja, subjetivista e relativista. Nietzsche é um falso opositor de Kant, pois ele também cria uma filosofia do eu, com seu super-homem ("über man") e sua identidade de "vontade de potência", que vem de uma equivocada mística platônica, evolucionista e antiga, da filosofia oriental hindu, em consonância ao mesmo tempo com o evolucionismo hegeliano da historia, e o evolucionismo social de marx, essenciais e imprescindíveis à filosofia do eu e seu individualismo, contra a filosofia cristã e católica, tendo realizado a "inversão dos valores", de cristãos para humanistas ateus, em suma, de uma civilização para Deus, para o gigantesco erro de uma civilização do homem voltado para si mesmo, para seu eu, cuja missão não é mais servir a Deus, mas a si mesmo, como fundamento, essência e núcleo básico de tudo, teórico e material, até hoje é mais um pouco. Este é o exército criado para derrubar e manter na ruína a civilização cristã até a volta de Nosso Senhor, como foi profetizado.

Nos valores cristãos Deus, o outro, a virtude dentre tantos outros valores são os mais elevados. Hoje é o homem no lugar e como deus, o individualismo, e não o altruísmo, e daí materialismo e a busca dos prazeres e confortos materiais, em detrimento da virtude, da ética, da verdadeira política, da vontade individual e sua temperança moderando a apreciação das coisas que Deus criou, de acordo com seus mandamentos, evitando a gula e a cobiça, além de guardar a castidade, no matrimônio ou sozinho, mas que hoje é recreação e até mesmo promiscuidade às vezes. Em suma, o que era certo se tornou errado. E o que era errado se tornou certo, princípio de Heráclito, "tudo é fogo", mudança e transformação, base e estrutura do evolucionismo, seja de Platão, Nietzsche, Hegel, Marx ou Freud, Foucault e Deleuze (os tradutores de Nietzsche ao francês atual), e seus discípulos menores atuais e numerosos.
Larga é a porta do Mal, estreita a do Céu. O demônio criou muitas e ardilosas ciladas, como fazer crer aos homens que ele mesmo não existia e era mera estória, coisa que para um subjetivista e relativista atual, a imensa maioria, é quase impossível discernir; só mesmo por milagre e pela graça divina, quase sempre. Os falsos profetas de hoje não usam túnicas do deserto, mas refinados ternos, desde o séc. XIII, mas intensamente nos últimos séculos culminando no atual.


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