Lembrança de criança
Aos amigos do Colégio Educap
Foi um encantamento?
Havia sol da manhã,
frescor de ventos,
instantes plenos de delicados intentos.
Os rostos brilhavam com sorrisos
e inocentes risos,
e a escola era como os campos,
de versátil alegria sã.
Por muitos anos sonhei com a escola,
que ora brilhava e ora me fugia.
Era leve, luminosa e tanta paz.
A escola foi como a infância,
um quase incrível encanto.
Nos deu como bem viver, e muito mais,
Escola para nossas vidas,
que frutificaram, e acolheram os filhos.
E o tempo soprou.
E aquelas ricas vidas de criança
foram fixas em aquarelas.
Guardar dez anos de amor,
num coração pequeno e apertado no peito,
gravou, em diamante e ouro, uma lembrança.
Crescemos.
Rumamos no rumor de um mundo.
As estrelas cadentes caíram
e o unicórnio foi embora.
O coração endureceu um pouco.
E os meus sorrisos ficaram pesados
e o brilho diminuiu.
Um belo dia,
em dias difíceis,
Amigos me trouxeram um pouco de luz.
E ela se revelou em seu esplendor.
Dias passaram,
dias de solidão
em plena multidão.
E no desencantamento do mundo,
o coração desperta de novo.
Renasce.
E outra vez,
a caixinha de plástico mágica,
caixinhas de andar e falar,
em nova versão,
nos chama.
E aquelas palavras,
daqueles pequenos corações
florescidos e frutificados,
com aquelas meigas aquarelas de lembrança,
das nossas próprias cores de criança, nos fazem nos encontrar,
e mais uma vez,
reviver,
sorrir e brilhar.
Muitos anos se passaram,
e as muitas lágrimas poliram as pedras,
que limaram nossas lutas.
E podemos ver com clareza,
ternura e pureza,
as crianças inocentes que fomos,
e em parte perduram.
que brilham nas joias dos olhos dos nossos filhos e em nós mesmos.
E enfim, levaremos juntos,
como amigos ou amores,
com todo respeito,
nossas alianças,
de ouro ou diamante,
nas mãos ou dentro do peito,
levaremos até o fim adiante,
término e finalidade derradeira:
Amor e amizade,
primeira e perfeita,
justa e verdadeira.
Márcio Ide
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